A frequência e violência das tentações variam em extremo: há almas que são amiudada e violentamente tentadas; outras há que o são apenas raras vezes e sem se sentirem profundamente abaladas. Muitas são as causas que explicam esta diversidade.
a) Em primeiro lugar, o temperamento e o caráter: há pessoas extremamente apaixonadas e ao mesmo tempo fracas de vontade, frequentemente acometidas e perturbadas pela tentação; outras, bem equilibradas e enérgicas, que não são tentadas senão raramente e conservam a serenidade no meio da tentação.
b) A educação origina outras diferenças: há almas educados no temor e amor de Deus, no cumprimento habitual do dever austero, que não receberam quase senão bons exemplos; outras, pelo contrário, foram educadas no amor do prazer e no horror de qualquer sofrimento, e não viram quase senão exemplos de vida mundana e sensual. É evidente que as segundas serão mais violentamente tentadas que as primeiras.
c) É necessário também ter em conta os desígnios da Providência: há almas que Deus chama a um alto grau de santidade e que preserva de toda a mácula com o mais desvelado carinho; outras que destina também à perfeição, mas que quer fazer passar por árduas provações, a fim de as robustecer na virtude; outras, enfim, que Deus não chama a estado tão elevado e que serão mais frequentemente tentadas, se bem que nunca acima das suas forças.
TANQUEREY, Ad. Compêndio de Teologia Ascética e Mística. Portugal: Porto. 1961

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