Não é possível que a Igreja Católica e os protestantes queiram fazer alguma coisa de mais sério se não preparam devidamente os seus homens. Não é possível fabricar padres como se fabricam salsichas. A vida pastoral não é tão simples como parece a muitos. E, ademais, ele não encontrar pela frente apenas pessoas que precisam de amparo religioso, mas que precisam também de um forte amparo moral e filosófico. O clero não pode deixar de reconhecer essa necessidade. Por isso não é admirar que inúmeros padres, sobretudo na América Latina, escolhem o lado do comunismo para lutar, julgando que é o único caminho que ainda oferece uma solução para resolver os problemas sociais que surgem neste parte do mundo, dos mais agudos que existem.
A ignorância do clero sobre matéria social é lamentável. Havendo doutrinas sociais democráticas, libertárias e totalitárias, preferem esses homens as duas últimas, as mais contrárias ao verdadeiro espírito cristão, embora mais agradáveis ao espírito de sacerdotes cesariocratas, que julgam que irão abiscoitar a revolução social para o seu lado, imaginando que os comunistas vão ser tão ingênuos que, quando vitoriosos, se um dia tal desgraça acontecesse no mundo, iriam poupar a Igreja e admitir que o clero participasse também do poder.
SANTOS, Mário Ferreira. Invasão vertical dos Bárbaros. São Paulo: É Realizações. 2015

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