quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Os sete Sacramentos

A Igreja não oferece aos fiéis apenas a Palavra Sagrada, mas põe-lhes à disposição também os meios sobrenaturais que permitem participar de Deus: os sacramentos. 
O sentido da palavra "sacramento" é definido no século XII. Até então, confundia-se o que entendemos por esse termo com ritos eclesiásticos cuja instituição nada tinha de divino, como a recepção da água benta ou das cinzas, que Hugo de São Vitor ainda qualificava como "sacramento". Foi discutindo com os hereges que os teólogos se viram obrigados a precisar mais o pensamento cristão. Fixou-se em sete o número desses auxílios divinos, conforme se lê pela primeira vez na Vida de Otão de Bamberg (1139), e foi sobretudo Pedro Lombardo quem estabeleceu a doutrina correspondente, a mesma que o Concílio de Trento sancionaria no século XVI e que é a da Igreja dos nossos dias. 
Quando a criança nasce, conferem-lhe o Batismo; nesta época, o batismo na idade adulta tornou-se já uma exceção. A Igreja insiste agora na necessidade de batizar o recém-nascido o mais depressa possível, dentro de quarenta dias no máximo, como se costuma fazer na Itália. Já não é preciso esperar pelos tempos canônicos - a Páscoa da Ressurreição, principalmente - em que era tradicional celebrar os batismos. 
Como se administra o sacramento? Entre os gregos, subsiste o antigo costume da tríplice imersão. Entre os latinos, a Igreja autoriza também a tríplice infusão de água, mas o costume da imersão, mais complicado e que em alguns casos pode ser prejudicial à saúde ou à decência, acaba por subsistir apenas em Milão e em algumas dioceses alemãs. Por isso, os batistérios tendem  a ser substituídos pelas pias batismais. A cerimônia do batismo é acompanhada pelas mesmas orações, simples e admiráveis, que ainda hoje abrem as portas da Igreja ao recém-nascido. 

ROPS-DANIEL. A Igreja das Catedrais e das Cruzadas. São Paulo: Quadrante. 2012

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