Imagino que você não compraria e, muito menos, leria algumas páginas de um livro com o título Como Vencer a Guerra Cultural, se acreditasse que "Deus está no céu e está tudo bem aqui na Terra". Se você ficou surpreso com a notícia de que a nossa civilização está em crise, este é o momento de dar-lhe boas vindas e dizer que espero que suas agradáveis férias na lua tenham sido boas.
Muitas pessoas parecem ter as mentes no mundo da lua, especialmente as dos chamados intelectuais, que em tese deviam ter olhos mais abertos, e mais mais fechados. A maioria deles são pessoas "mornas" guiando outros "mornos". Depois de uma vida na universidade, descobri que há apenas um requisito para que alguém acredite de verdade em qualquer uma das cem ideias mais absurdas que a mente humana pode conceber: ser um intelectual. Algumas ideias são tão ridículas que só um Ph.D. poderia acreditar nelas.
Por exemplo, peguemos a revista Time. Um artigo de capa da Time de alguns anos atrás era sobre a questão: Por que tudo está melhorando? Por que a vida nos Estados Unidos de hoje é tão boa? Por que todos se sentem tão otimistas e satisfeitos com a qualidade de vida? Os autores nunca chegaram a questionar a hipótese; simplesmente se perguntaram por quê.
Aconteceu que, ao ler o artigo, absolutamente todos os aspectos da vida mencionados, todos os motivos de tudo estar ficando cada vez melhor, eram econômicos. As pessoas têm mais dinheiro. Ponto final. Fim da discussão.
Tirando os pobres, é claro. Mas eles não contam, porque não escrevem a revista Time. Eles nem sequer a leem.
Eu tenho a teoria sobre a Time: é apenas uma revista Playboy com roupas. Para a Playboy o mundo é simplesmente um grande prostíbulo; para a Time, é um grande porquinho de guardar moedas. Para ambas, as coisas não param de melhorar.
É por isso que os americanos deram uma aprovação de setenta e cinco por cento a Bill Clinton, a combinação perfeita de dois tipos de atitude. Ele se manteve feliz com algumas grandes prostitutas, e nos manteve felizes com alguns grandes porquinhos. Nós o amamos pelo mesmo motivo que os alemães amaram Hitler quando o elegeram: "É a economia, idiota".
Hitler lhes deu auto-estradas, Volkswagens, empregos e casas. De fato, Hitler forjou o maior milagre econômico do século XX: da ruína militar e econômica ao pleno emprego e ao orgulho patriótico em poucos anos. O que mais importa desde que o imperador lhes dê pão e circo? As pessoas são porcos e não santos; elas amam lavagem e não santidade, certo? Ou errado?
Kreeft, Peter. Como vencer a guerra cultural. São Paulo: Ecclesiae. 2011

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