Regozijemo-nos, irmãos! Alegrem-se, exultem os povos!
Este dia foi tornado sagrado para nós, não por causa do sol visível, mas em honra do sol invisível, o Criador, quando se tornou visível para nós, ao nascer no seio fecundo e intacto da Virgem Maria, que ele mesmo, Deus invisível, havia criado.
Maria permanece virgem ao conceber seu Filho, virgem como gestante, virgem ao dá-lo à luz, virgem ao alimentá-lo em seu seio, sempre virgem.
Por que te admiras disso, ó homem? Uma vez que Deus se dignou fazer-se homem, convinha que nascesse desse modo. Foi ele quem fez aquela de quem nasceu. Antes de nascer dela, já existia. E posto que era onipotente, pôde ser feito, permanecendo o que já era. Estando no seio do Pai, fez-se para si uma mãe. E uma vez tendo nascido dessa mãe, continuou a permanecer junto do Pai. Como deixaria de ser Deus, ao tornar-se homem, ele que concedeu à sua mãe permanecer virgem ao gerá-lo?
Portanto, pelo fato de que "a Palavra se fez carne" (Jo 1,14), não se há de deduzir que a Palavra, ao passar a ser carne, aniquilou-se enquanto tal. Ao contrário, foi a carne que se associou à Palavra para não perecer.
Assim como o homem é alma e corpo, do mesmo modo, Cristo é Deus e homem. Aquele mesmo que é Deus, é homem. E o mesmo que é homem, igualmente é Deus, sem que se confundam as naturezas, mas na unidade de uma só Pessoa.
Finalmente, aquele que como Filho de Deus é coeterno ao que gera, existindo no Pai, desde sempre, o mesmo começou a ser filho do homem, ao nascer da Virgem.
Santo Agostinho. A Virgem Maria. Cem textos marianos com comentários. Paulus. São Paulo. 2014

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