segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Aparecem os Padres da Igreja

Entre  350 e 450, os dois Impérios entram num período confuso. Para os contemporâneos, nada se arrisca. Muito poucos deles entrevêem o futuro: o enfraquecimento da romanidade lhes parece impensável. Contentam-se então com aproximações: Roma e Constantinopla enfrentam numerosos inimigos. Mas esta é a sorte comum do Império. Para os cidadãos romanos, o presente parece eterno. Quase ninguém além de Agostinho imaginará o esboroamento. 
Nesses poucos séculos apareceram aqueles que forma qualificados com a expressão "Padres da Igreja". São, no máximo, 15. De certa forma, são parecidos - embora, na maioria, não se conheçam. O que é certo que se leram. Como se tivessem tentado ao mesmo tempo para fazer a fé e compreender melhor a Igreja. Hoje, diríamos que eles eram intelectuais no mais alto grau. Engajados nas querelas da cidade - teológicas e políticas - mas, entretanto, preocupados, antes de tudo, com a natureza e o futuro de sua fé. 
O povo e muitos cristãos não se lembram bem de seus nomes. No entanto, é preciso enumerá-los. Durante o que foi, para alguns, um período de paz relativa e, para outros, um combate incessante, eles consolidaram as bases teológicas da Igreja. 
O primeiro foi Santo Atanásio. Ele nasceu em 295, numa família grega de Alexandria. Secretário do bispo - antes dos 30 anos -, ele acompanha o patriarca Alexandre, bispo da cidade, a Nicéia. Em 328, sucede a ele. Atanásio é um pregador. Defende obstinadamente o Credo estabelecido em Nicéia. Precisa justificar-se aos olhos de Constantino, que, como vimos, mudou de opinião. Foi exilado cinco vezes durante sua existência. Até seus últimos dias, pregou nas comunidades cristãs do deserto, enquanto mandava construir novas igrejas. Morreu no que lhe fazia as vezes de cama, em 373. 

SUFFERT, Georges. Tu és Pedro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário