Quinta carta
17(15) novembro 1896
Beatíssimo Padre
Que graça, que consolação para uma pobre filha ouvir dizer que o Sumo Pontífice é tão atencioso com ela que lhe concede a faculdade de escrever-lhe!
Único é, Santo Padre, o desejo; única, a prece que deponho aos pés de Vossa Santidade, ou melhor, no coração. E, como no precioso e Breve de 5 de maio de 1895 é declarado que Vossa Santidade funda grandes esperanças em um compromisso religioso de orações ao Divino Paráclito, animo-me a revelar que mesmo essa união de orações ao Espírito Santo é o que eu ouso pedir: uma união estabelecida, ordenada, promulgada na Igreja inteira. Em minha simplicidade, eu chamo de Cenáculo Universal essa união que sempre imploro a Deus na oração. Mas que importa o nome?
O que interessa para impetrar uma feliz renovação na Terra é a substância, e a substância é que os fiéis se unam em uma prece unânime e incessante ao Divino Espírito, para conseguir que cesse o combate teimoso do espírito infernal contra a Igreja e que a luz do Paráclito resplandeça sobre as trevas da ignorância e do erro. Assim, voltem ao seio da Igreja todos os descrentes e dissidentes.
Recomendando ardentemente recorrer ao Espírito Santo, Vossa Santidade já deu o primeiro passo imitando São Pedro, que foi a frente preparar o Cenáculo. Mas aquela piedosa exortação de 5 de maio de 1895 ainda não está difundida entre os fiéis e tudo acabou com a Novena de Pentecostes.
BRAGA, Eduardo. Escritos de Fogo: A correspondência profética entre a Beata Elena Guerra e o Papa Leão XIII sobre o Espírito Santo. Rio Bonito: Cenáculo Universal, 2015.

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